Mulher irresistível

A mulher para ser sexualmente irresistível, tem que ter um sorriso de inocência e o olhar de uma vagabunda. Porém, não pode ser nenhuma das duas.

27 maio 2015

A gostosa de Copacabana

Eu morava em Copacabana, prédio de dez andares, seis apartamentos por andar. Tinha lá meus  12 anos de idade. Estava começando a me interessar pelas meninas de forma, digamos, mais afoita. O prédio não era lá estas coisas, mas dava para o gasto. Não era exatamente um cortiço, mas também não era uma coisa muito fina. Tinha gente de todo tipo, para todo gosto. Uma visão tipica de Copa naquela época .Eu morava no primeiro andar, coluna 03, e a lindinha no terceiro andar da mesma coluna. Minha vizinha próxima, muito embora eu quisesse que fosse bem mais próxima

Eu nem sei o nome dela, jamais perguntei, mas ela era a gostosa do prédio, e do pedaço todo também Era alta, morena de pele branquinha, coxas torneadas, dentes muito brancos, e sensual, gostosa, daquelas que todo homem quer levar para a cama, e faz qualquer negocio para tanto. A figura exalava sensualidade, era tesão puro, e ainda por cima  tinha aquela cara de quem esta a fim de dar mesmo. Lascívia pura. Na verdade, tinha uma certa cara de piranha.

A figura era comentava em verso e prosa, principalmente por minha turma de amigos, coisa que quase já não existe mais. O que existe no momento são competidores, coisas do mundo corporativo. Mas nós eramos amigos de verdade, coisa de crianças ainda. Ficávamos conversando na calçada do prédio, e  vendo as meninas passarem, ensaiando as primeiras paqueras da vida, e  tentando criar um futuro promissor com as mulheres.

A piranha , ops, digo  a lindinha, saia umas quatro vezes por semana com alguém, homem é claro. Chamava a atenção de todos nós, principalmente pelo fato de todos terem carrões, tipo Dodge Dart e similares.  Final de semana era certo, sempre dois carros diferentes a apanhavam, um no sábado e o outro no domingão. Era a gostosa do pedaço, e nenhum de nós tinha duvida disto. O tempo foi passando, e a situação continuava da mesma forma. Cada dia um carro diferente. A farra devia ser boa. Nós imaginávamos que ela devia ser algo de extraordinário na cama, e acho que não estávamos muito longe da verdade.

Alguns anos mais tarde, eu ainda morando no mesmo  local, entrei no mesmo elevador que ela. Me chamou a atenção o fato dela já estar meio... passada, gasta para falar mais claramente. Já não era tao linda, já possuía algumas marcas de expressão. Enfim , estava começando a ficar meio acabada mesmo. O tempo passa para todo mundo, mas tem gente que acha que não. Pensam que vão ficar jovens pela vida toda.

A situação continuava, e os programas já não eram tao freqüentes Era coisa de uma vez por semana, mas sempre com algum carro diferente. Não havia repetição. Eu me mudei do local, mas meus pais continuaram morando lá. Alguns anos depois, indo para a casa dos velhos, me deparei com ela na portaria. Estava uma senhora, uma senhorinha, para falar a verdade. Já não tinha brilho. Conversei com meu pai, e ele antes um fã ardoroso da lindinha, me informa que haviam acabado os programas. Ele, já havia algum tempo, não a via mais sair com ninguém. Pudera, do jeito que ela estava, acredito mesmo que minguem mais queria sair com ela, nem mesmo a garotada nova da rua.

A mulher fatal havia acabado. Ninguém mais a queria. Estava só, abandonada. Triste vida. Ela que era a mulher a tal, a gostosa de Copa, a desejada, aquela que todos corriam atrás, agora estava  sozinha, e nem mais era cortejada. Havia acabado seu reinado. Nadou, nadou, e morreu na praia. Enquanto tinha corpão, alias tinha tudo, e em cima, não soube aproveitar e estabelecer uma relação duradoura. Não queria, na verdade. Hoje, é uma senhora abandonada.

Eu tinha uma tia, que dizia que farra todo dia assa, e não há hipoglós que de jeito. Pura verdade. Usar o corpo só para o prazer puro e simples, vejam vocês, não leva a lugar algum.

E assim acabou a gostosa de Copacabana. Só!


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