Nós
trabalhávamos juntos fazia algum tempo. Tudo corria bem, nossa relação era ótima,
contávamos casos um para o outro e riamos juntos. Ainda não havíamos saído até
aquele momento. Como disse, tudo ia bem, era uma amizade, suspeita de minha
parte, mas era uma amizade solida.
Certo
dia, saímos do trabalho e estávamos conversando na portaria do prédio da
empresa, e ela me chamou para bebermos alguma coisa. Aceitei ingenuamente.
Quando íamos saindo, ela torce o tornozelo. Pronto, estava estragado o meu chope. Dói daqui, dói dali, e eu falei
que ia leva-la em casa. Passei a mão na cintura dela, ela colocou o braço sobre
meu ombro e entramos em um taxi. Ela liga para casa, avisa aos pais, e lá
chegamos. Detalhe, eu tinha 50 e ela 26. Nada demais para uma amizade de
trabalho. Nada demais, claro.
Chegamos
na casa dela e eu ia deixa-la na portaria, mas ela insiste para que eu suba.
Relutei mas subi, pois ela estava com
dificuldades de andar. Muita dificuldade. Cheguei lá, a mãe dela abre a porta,
troco umas palavras com a senhora, uns poucos anos mais velha que eu, e vou
indo embora. Qual não foi minha surpresa quando ela me pede para ficar com ela,
e ainda me chama de Carlão. O mote estava armado.
Fiquei
sem graça, mas entrei. A mãe me oferece um café, eu aceito, e o pai dela
aparece e me agradece a gentileza. Depois de uma bolsa de gelo no tornozelo, a
conversa fica animada como sempre, e eu já ia embora, quando Cris me pede para
ficar mais um pouco. Fiquei sem graça de novo, mas fiquei. A conversa rolou
solta, e lá pelas tantas tive que sair, ir embora para a minha casa. Ela
insiste, e me leva ate a porta. Ela me agradece,e diz que queria falar comigo, o que ia falar
na nossa saída ingênua daquela noite. Pergunto o que era de tão importante que não
podia esperar ate ela se recuperar, e ela na maior tranquilidade fala que
gostava de mim. Queria um relacionamento comigo. Perguntei se era brincadeira,
e ela diz que não. Fiquei se saber o que fazer. Ela insiste e ainda diz que não
aceita uma negativa como resposta. Me da uma beijoca na boca, e pede para eu ir
lá na casa dela no dia seguinte. Fui para casa sem saber o que pensar, mas eu
estava nas nuvens. Ela era uma ótima mulher, não havia duvida sobre isso. Não ser
galinha hoje em dia já é uma grande coisa.
No
dia seguinte logo de manha ela me liga e diz que está bem. Melhorou bastante
com a bolsa de gelo, e eu me arrumo e vou para a casa dela. Lá estava a família
toda, irmãs, duas e maridos, um deles quase 25 anos mais velho que a moça, que
era a filha mais nova. Me senti ambientado.
Ela senta do meu lado, me pega no braço e me beija na frente de todos, e
ainda anuncia: esse aqui é o Carlão, meu namorado. Fui recepcionado com
entusiasmo por todos. Saímos para almoçar, e ai começou um romance dos melhores
na minha vida. Ficamos alguns anos juntos, ate ela ir trabalhar em outro esatdo,
o que acaba com qualquer relação. Mas Cris foi uma ótima mulher, das melhores. Me
fez feliz como poucas fizeram.
Beijão
amor!!!!!!!!!!!