Eu
morava em Copacabana, prédio de dez andares, seis apartamentos por andar. Tinha
lá meus 12 anos de idade. Estava
começando a me interessar pelas meninas de forma, digamos, mais afoita. O
prédio não era lá estas coisas, mas dava para o gasto. Não era exatamente um
cortiço, mas também não era uma coisa muito fina. Tinha gente de todo tipo,
para todo gosto. Uma visão tipica de Copa naquela época .Eu morava no primeiro
andar, coluna 03, e a lindinha no terceiro andar da mesma coluna. Minha vizinha
próxima, muito embora eu quisesse que fosse bem mais próxima
Eu
nem sei o nome dela, jamais perguntei, mas ela era a gostosa do prédio, e do
pedaço todo também Era alta, morena de pele branquinha, coxas torneadas, dentes
muito brancos, e sensual, gostosa, daquelas que todo homem quer levar para a
cama, e faz qualquer negocio para tanto. A figura exalava sensualidade, era
tesão puro, e ainda por cima tinha aquela
cara de quem esta a fim de dar mesmo. Lascívia pura. Na verdade, tinha uma
certa cara de piranha.
A
figura era comentava em verso e prosa, principalmente por minha turma de
amigos, coisa que quase já não existe mais. O que existe no momento são
competidores, coisas do mundo corporativo. Mas nós eramos amigos de verdade,
coisa de crianças ainda. Ficávamos conversando na calçada do prédio, e vendo as meninas passarem, ensaiando as
primeiras paqueras da vida, e tentando
criar um futuro promissor com as mulheres.
A
piranha , ops, digo a lindinha, saia
umas quatro vezes por semana com alguém, homem é claro. Chamava a atenção de
todos nós, principalmente pelo fato de todos terem carrões, tipo Dodge Dart e
similares. Final de semana era certo,
sempre dois carros diferentes a apanhavam, um no sábado e o outro no domingão.
Era a gostosa do pedaço, e nenhum de nós tinha duvida disto. O tempo foi
passando, e a situação continuava da mesma forma. Cada dia um carro diferente.
A farra devia ser boa. Nós imaginávamos que ela devia ser algo de extraordinário
na cama, e acho que não estávamos muito longe da verdade.
Alguns
anos mais tarde, eu ainda morando no mesmo
local, entrei no mesmo elevador que ela. Me chamou a atenção o fato dela
já estar meio... passada, gasta para falar mais claramente. Já não era tao
linda, já possuía algumas marcas de expressão. Enfim , estava começando a ficar
meio acabada mesmo. O tempo passa para todo mundo, mas tem gente que acha que
não. Pensam que vão ficar jovens pela vida toda.
A
situação continuava, e os programas já não eram tao freqüentes Era coisa de uma
vez por semana, mas sempre com algum carro diferente. Não havia repetição. Eu
me mudei do local, mas meus pais continuaram morando lá. Alguns anos depois,
indo para a casa dos velhos, me deparei com ela na portaria. Estava uma
senhora, uma senhorinha, para falar a verdade. Já não tinha brilho. Conversei
com meu pai, e ele antes um fã ardoroso da lindinha, me informa que haviam
acabado os programas. Ele, já havia algum tempo, não a via mais sair com
ninguém. Pudera, do jeito que ela estava, acredito mesmo que minguem mais
queria sair com ela, nem mesmo a garotada nova da rua.
A
mulher fatal havia acabado. Ninguém mais a queria. Estava só, abandonada.
Triste vida. Ela que era a mulher a tal, a gostosa de Copa, a desejada, aquela
que todos corriam atrás, agora estava
sozinha, e nem mais era cortejada. Havia acabado seu reinado. Nadou,
nadou, e morreu na praia. Enquanto tinha corpão, alias tinha tudo, e em cima,
não soube aproveitar e estabelecer uma relação duradoura. Não queria, na
verdade. Hoje, é uma senhora abandonada.
Eu
tinha uma tia, que dizia que farra todo dia assa, e não há hipoglós que de
jeito. Pura verdade. Usar o corpo só para o prazer puro e simples, vejam vocês,
não leva a lugar algum.
E
assim acabou a gostosa de Copacabana. Só!
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