Infelizmente, a mentalidade da favela esta sendo alastrada entre nós. A turma de lá vem tentando implantar aqui no asfalto essa mentalidade comunitária e assistencialista. O pior disso, é que tem gente que concorda com isso. Eu não, e é disso que eu vou falar hoje. Estou azedo com estas coisas, como sempre, e não estou disposto a fazer concessões quanto a isso.
Eu estava conversando com o zelador do meu prédio, antes de sair para o trabalho. Tratava dos assuntos do condomínio, quanto mais um zelador e um faxineiro se aproximaram, e animados, me contaram as novidade de que o zelados de um prédio mais acima havia falecido. Rapaz novo, 30 anos, ex viciado em drogas, e que o sindico do prédio havia dado uma oportunidade a ele de trabalho no condomínio, tendo em vista a amizade das famílias, e ele estar disposto a largar o vicio. O rapaz morreu de um aneurisma, nada a ver com as drogas, ao menos não há uma relação imediata, suponho.
Naquela manha era o dia do enterro do rapaz. Havia certo ar de pesar, apesar da animação da conversa. Bom, o faxineiro que havia se aproximado, mora na favela, o que ele, de forma nobre, chama de comunidade. Ou seja, mora em um território aonde a lei é ditada pelos traficantes de drogas, aquela turma que faz a lei com as próprias mãos. Isso mesmo, a situação é essa, e não adianta dizer que estes camaradas ao lideres assistencialistas. São bandidos mesmo.
O tal faxineiro se declarava incomodado, e falava de forma inconformada. Falava ele que seu inconformismo, vinha do fato do sindico do prédio cujo zelador havia morrido, não havia colocado varias Kombis á disposição de todos, para que pudessem ir ao enterro do dito. É assim que se faz na favela. Quando alguém querido morre, os traficantes dão a ordem, e a turma das Kombis as colocam à disposição dos moradores, para que todos possam ir ao enterro do falecido. Quem não colocar a tal Kombi á disposição, de graça, dos moradores da favela, morre a pauladas, ou vai para o micro ondas, para aprender a obedecer ao chefe, e servir de exemplo contra insubordinações futuras. É assim a lei assistencialista implantada por eles.
Bom, o tal faxineiro, entende que aqui em baixo, no asfalto, como eles falam, esse mesmo assistencialismo deve funcionar. Claro que funcionaria em beneficio deles, e em nosso prejuízo, afinal, quem vai pagar a conta das Kombis? Os condomínios, claro. Mas eles não querem saber quem vai Agar a conta. Entendem que é um direito deles, e está acabado, não se preocupam de onde sai a grana, que, aliás, sai do nosso bolso, e não do deles.
Fui obrigado a esclarecê-lo de que ali é era uma rua de condomínios, e não uma favela, coisa que ele não gostou muito. Precisei ainda, de forma um pouco mais enérgica, esclarecer que o sindico do condomínio em pauta era um sindico, e não um chefe de boca de fumo, com poderes para tal. Parece que ele não gostou muito da minha explanação, mas achou por bem dar o assunto por terminado. Provavelmente, em um raro lampejo de lucidez desta turma, ele tenha notado que ali não era o gueto em que morava. Este é apenas um exemplo da situação. Tentam, de forma até enérgica, implantar este tipo de mentalidade entre nós, e parece que vem conseguindo adeptos, principalmente entre aqueles que entendem que devem dar tudo para estas pessoas, na vã esperança que eles parem de delinqüir, e assim possamos viver com um pouco mais de tranqüilidade. Não vai acontecer isso. Quanto mais dermos, mais eles vão querer, e isso não vai ter fim. Na verdade, estamos sendo extorquidos por esta turma.
Mais um exemplo real e clássico, de como esta turma entende que tudo deve ser dado a eles, sem que eles tenham que pagar por nada.
A esposa do zelador do meu prédio teve uma crise de hipertensão. Como ela não tem plano de saúde, e o zelador e seu filho ficaram apavorados com a situação, e com toda razão, levaram a senhora para uma emergência de um hospital particular próximo ao condomínio. Bem pertinho mesmo. Em lá chegando, logo foi atendida, e quando da melhora, algumas poucas horas depois, foi liberada para retornar ao lar. A conta foi de R$ 450,00, devidamente descriminada na nora fiscal recebida por ele. O dito, o zelador, reclamava de forma peremptória e veemente, com relação ao hospital ter cobrado por algodão gasto e seringas para aplicação da medicação pertinente, e que a levou ao restabelecimento.
Bom, eu indaguei quem ele achava que deveria pagar por esta mesquinharia, segundo ele qualificou a situação. Perguntei a ele se ele entenda que este material gasto deveria ser fornecido de graça, claro. Com a tranqüilidade de quem acha que todos nós temos que pagar pelo que eles consomem, ele responde que quem deveria pagar este tipo de despesa mesquinha, era o estado, ou os tubarões da economia, conforme ele chama aqueles que possuem alguma coisa. Ele ainda não sabe que quem sustenta este estado gigantesco somos nós, os supostos tubarões da economia.
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