Mulher irresistível

A mulher para ser sexualmente irresistível, tem que ter um sorriso de inocência e o olhar de uma vagabunda. Porém, não pode ser nenhuma das duas.

29 junho 2020

Alice meu amor



Eu estava noivo e ia casar em pouco mais de um ano. As coisas não iam mal, exceto por minha sogra não ir com a minha cara e meu sogro idem, o velho morria de ciúmes de mim, achava que era o homem da filha, e eu estraguei o sonho dele. Mas entre nós dois, até que ia bem.

Eu estava recém formado e já ia me casar, tinha uma obra importante na Lagoa, Edifício Maison Du Lac, coisa chic mesmo, ate para a época, 400 m2 de apartamento em cada andar exclusivo, e mais três vagas de garagem para cada um. Um luxo. 

Obra cara e demorada, e eis que me aparece uma mulher na minha obra, novinha, pergunta se eu era o Carlos e eu digo que sim, e mando entrar na minha sala. Ela se apresente, era Alice, nova arquiteta da empresa,eu a conhecia mas nao me lembrava dela, e ia cuidar dos detalhes finais de acabamento dos apartamentos, eram cinco, um de cada dono da empresa. Conversamos rapidamente e no dia seguinte estava ela lá de novo para conversarmos sobre os detalhes de acabamento dos apartamentos.

Conversamos e tal e eu me lembrei dela, quando a vi pela primeira vez. Foi na festa de fim de ano da empresa, aonde fui sorteado para dar um presente de amigo oculto para ela. Lembrava dela daquela época, e desde lá ela já me chamava a atenção. Na época eu não sabia quem era, mas não economizei, dei uma caneta tinteiro e um perfume importado, bem acima do valor estipulado.

Alice era uma mulher bonita, elegante e longilínea, cabelos bem tratados e escorridos, bem lisos. Nos víamos todos os dias, e ela me ajudava bastante na obra. Conhecia o riscado. Começamos a sair juntos para ver alguns materiais importados, papeis de parede e tais, tudo em Ipanema. Vez por outra almoçávamos juntos. Nossa conversa corria solta, muito solta, e nos entendíamos de ouvido. Tudo muito bom para o meu trabalho.

Daí me lembrei que eu  era noivo, e alguém poderia nos ver almoçando, e isso ia me dar problemas. Contei para a minha noiva sobre esta minha nova relação profissional. Como esperado, ela recebeu a historia com a pulga atrás da orelha, mas eu não liguei, estava confiante nos meus sentimentos pela minha noiva. Estava.!!!!!!!!!!

Um belo dia, trabalhamos juntos e saímos para almoçar, e em um ato de traquinagem, ficamos depois do almoço pela rua conversando. Assuntos pessoais nada muito íntimos e assuntos de trabalho. Alice morava em Botafogo, e eu a levei para casa de carro. Parei o dito, e quando ela ia saindo do carro, deu uma parada e me olhou de uma forma, que eu paralisei, nossos olhos se encontraram naquele momento. Não foi só um encontro de olhos, foi um encontro de nossas almas. Ela saiu do carro, e quando eu pensava que ela ia entrar no prédio , ela dá meia volta, e se aproxima da janela do meu carro, dá mais uma paradinha, se abaixa e me beija na boca.

Meu estomago foi no pé e voltou par a garganta, e eu sem fôlego, falo para ela me esperar que eu ia estacionar o carro. Estacionei e na calçada mesmo nos abraçamos e nos beijamos longamente. Eu adoro um bom abraço. Fui para casa dela e dormimos juntos. Uma noitada de amor sem precedentes, que eu jamais tinha tido com a minha noiva. Nos entregamos de corpo e alma.

Comecei a questionar meu relacionamento com a noiva. Ela percebeu e a coisa começou a desandar. Ela tinha razão de se incomodar com a minha mudança, mas eu segurei a situação com galhardia. Ia levando. Amava Alice de corpo e alma, e já estava desinteressado na minha noiva, já não era como antes, e Alice não sabia de nada, eu não usava aliança.

Fui levando coo pude a situação. Adorava Alice, era uma mulher e tanto, gostava do que fazia, fazia bem. Era delicada, atenciosa, e não tinha mãe, isso conta pacas. Ninguém para me chatear. Comecei a viver no aperto, não sabia o que fazer. Para piorar, Alice se mudou para um apartamento em Petrópolis, e isso me tomava muito tempo, mas fui levando bem a coisa toda. Queria ficar com Alice, mas eu namorava a minha noiva fazia uns quatro anos, e ninguém sai assim sem mais nem menos. Não sabia mais o que fazer. Pensei em contar tudo para Alice, para ver se ela me ajudava, estava no desespero. Não contei, era idiotice fazer isso, ela jamais me perdoaria por ter mentido. Não podia contar. Não sabia o que fazer com minha noiva, não a queria mais, mas ela era o demônio que eu conhecia, e tinha medo da mudança. Mas eu amava com toda a minha alma o demônio que eu não conhecia, Alice.

Alice acabou indo trabalhar em outras obras da empresa, o que dificultou um ouço a situação. Usei isso para me afastar dela. Me afastei de corpo mas minha alma estava definitivamente ligada a dela, e isso me causou um sofrimento imenso. Acabei me separando dela, para ficar o demônio que eu já conhecia e estava acostumado, demônio não, demônios, pois tinha ainda a minha sogra e o mala do meu sogro, que eu chamava de Caçapa, pois ele vivia de boca aberta.

Minha relação com a noiva se deteriorou, ficou muito rim, e eu resolvi não me casar. Fui morar junto com ela, mas pensava em Alice o dia todo. Ela desgostosa pelo termino da relação, foi trabalhar em outro estado, e eu perdi contato com ela. Meu casamento não deu certo, e dei graças a Deus de na ter tido filhos. Perdi Alice, o que eu achava que era o demônio que eu não conhecia, e ainda perdi aquela patota de demônios que eu conhecia, que não fizeram falta alguma.

Resumo da historia, quando tiver que trocar de demônios, troque meso, o demônio que você não conhece, pode ser um anjo. 

Alice foi um anjo que eu mandei embora.

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